Reino das Leituras,  Resenha

O Colecionador, John Fowles

O colecionador é um livro diferente do que eu imaginava que encontraria em um livro sobre um psicopata, sua obsessão e um sequestro.

Esse é o primeiro livro do autor John Fowles e foi lançado pela primeira vez no Brasil em 1963 pela editora Abril, sendo lançada novamente pela DarkSide em 2018.

Aliás, edição belíssima essa da DarkSide e com introdução exclusiva do Stephen King e posfácio com todas as referências artísticas citadas na história (e são muitas)! Amei demais o trabalho visual do livro.

Sinopse

“O COLECIONADOR é a história de Frederick Clegg, um homem solitário, de origem humilde, menosprezado por uma sociedade esnobe, que encontra o grande amor de sua vida.

Tudo o que ele deseja é passar um tempo a sós com ela, demonstrar seus nobres sentimentos e deixar claro que eles nasceram um para o outro.

O COLECIONADOR também é a história de Miranda Gray, uma jovem estudante de artes sequestrada por um maníaco que acha que pode obrigá-la a se apaixonar por ele.

Tudo o que ela deseja é escapar do cativeiro, e vai usar de toda sua inteligência para sobreviver ao inferno em que sua vida se transformou.

Então, o romance é narrado por dois personagens antagônicos: o sequestrador e sua vítima. Frederick e Miranda.

Todos temos um pouco dos dois dentro de nós, concluímos ao final de suas páginas ― mas quem consegue se desgrudar delas?”

Resumo

Em O colecionador conhecemos Frederick Clegg, um homem solitário que vive uma vida humilde com a tia e a prima. Ele se sente menosprezado pelas pessoas e julga que a sociedade não valoriza coisas que deveriam ser valorizadas.

Ele tem um hobbie que aprendeu com o tio: colecionar borboletas, preservá-las em sua beleza e perfeição.

Mas ele dedica seu tempo a mais uma atividade: observar Miranda Grey, uma jovem estudante de arte que ele considera tão perfeita quanto suas borboletas.

Então algo acontece e melhora muito a vida de Frederick: ele ganha na loteria! Agora não precisa mais trabalhar no Anexo como funcionário público, onde seus companheiros não o valorizam. Ele não os chama de amigos porque sabe que nunca se enturmou verdadeiramente com eles.

Mas, o que fazer agora com tanto dinheiro e tempo?

Pois ele uniu seu hobbie com sua obsessão e transformou em crime: comprou uma casa afastada de tudo e equipou o porão para receber sua hóspede, Miranda.

A justificativa dele é que não se tratava de um sequestro, mas somente de criar uma oportunidade para Miranda conhecê-lo e ver que valia a pena se relacionar com ele.

Opinião

Devorei esse livro em 3 dias. Acredito que isso seja principalmente pelo fato de que o livro não tem aquela introdução mais longa que estamos acostumados, a narrativa já começa com acontecimentos que me deixaram curiosa para saber o que vai acontecer depois.

Quando vi já era tarde da noite e eu tinha que parar de ler para dormir! Então li 98 páginas no primeiro dia sem perceber, e já acordei querendo ler mais.

O livro é dividido em três partes, mas sempre narradas em primeira pessoa: a primeira pelo Frederick desde quando ele começa a observá-la, passando pela preparação, o sequestro e a dinâmica entre eles.

A segunda parte é narrada pela Miranda falando sobre sua vida um pouco antes do sequestro até mais ou menos o mesmo momento em que terminou o capítulo anterior. 

E então a terceira parte volta a ser narrada pelo Frederick até o desfecho.

Sobre a divisão na narrativa

Preciso dizer que a primeira parte é impactante, difícil parar de ler. Mas a segunda… Apesar de muito interessante, me deixou agoniada para terminar logo e continuar de onde tinha parado, pois o fim do capítulo 1 me deixou curiosa!

Miranda

O capítulo narrado pela Miranda mescla a situação atual dela como cativa e lembranças do passado e pessoas de quem ela sente falta.

Foi uma boa ideia do autor nos fazer conhecer a Miranda mais profundamente, inclusive seus defeitos. Pois percebemos que ela não é perfeita como o Frederick vê, mas sim arrogante e até um pouco preconceituosa e o menospreza por ele não entender de arte e literatura. 

A última parte de O colecionador

Mas, na terceira parte, a narrativa volta ao ritmo frenético e é impossível largar!

Na introdução exclusiva Stephen King disse:

“As últimas 40 páginas estão entre as leituras mais compulsivas do século XX”.

E eu não poderia concordar mais!

O Colecionador não é uma história cheia de ação, mas nem por isso se torna monótona. 

Antes da metade da terceira parte já dá pra entender o que vai acontecer com Miranda, mas o mistério sobre como Clegg termina permanece.  Então, vale a pena cada momento da leitura.

Dica: comece a ler essa parte quando tiver tempo, porque você não vai parar enquanto não chegar ao fim!

Curiosidade

O colecionador me lembrou um pouco a série Você da Netflix. Ainda não li o livro, mas acredito que tenha um pouco de inspiração aqui.

Informações sobre O Colecionador

Autor: John Fowles
Tradutor: Antonio Tibau
Editora: DarkSide
Ano de edição: 2018
Nota: 4/5
Disponível na Amazon.

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