Documentários

O dilema das redes, um documentário para refletir

Que as redes sociais se tornaram parte da nossa rotina é um fato inegável. Mas o quanto nos expomos, ainda que sem perceber, sempre foi motivo de discussão. O documentário O dilema das redes chegou na Netflix e reacendeu esse debate.

Sinopse

“Voltando-se ao ponto fraco do Vale do Silício, “O Dilema das Redes” mescla um documentário investigativo com uma narrativa dramática esclarecedora.

Depoimentos especializados de ex-funcionários informantes expõem um dilema preocupante: os serviços que as grandes empresas de tecnologia oferecem – mecanismos de busca, redes sociais, informação rápida, etc – são apenas iscas que nos seduzem.”

Resumo

Em O dilema das redes, vemos vários executivos, engenheiros e CEOs do Vale do Silício que participaram (alguns até idealizaram) da criação do Facebook, Twitter, Instagram e outras das redes sociais mais populares no mundo.

Eles decidiram falar sobre como as tecnologias que ajudaram a criar se transformaram em algo que pode ser perigoso e causa desde problemas em jovens até queda de governos e a desestabilização de nações.

Inclusive, chegam a dizer que temem que uma guerra civil possa ser causada por esta tecnologia e como nos afeta.

Outra coisa que também fica bem clara é que o vício em mídias sociais é algo real e, mais que isso, não é acidental. As redes são intencionalmente programadas para isso.

Esses criadores revelaram o que já sabíamos: o objetivo dessas redes é fazer o usuário ficar o maior tempo possível nelas, aumentando assim o crescimento da rede e, claro, o faturamento.

O feed com rolagem infinita, notificações que mostram parte da mensagem nos obrigando a abrir o aplicativo para ver o resto e recomendações com base no que gostamos são estratégias para nos manter conectados.

Aliás, mais do que simplesmente ficar conectados, somos levados a mudar nosso comportamento. Não acredita? Parece exagero? É feito para parecer assim.

Acontece de forma lenta e gradual, você nem percebe que as informações que vê na tela estão afetando a forma como você enxerga o mundo e até moldando suas opiniões.

Principalmente se você for um adolescente ainda com a estrutura cerebral e personalidade em formação.

Um exemplo: Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook, afirmou que a Rússia não hackeou o Facebook para influenciar as eleições de 2016 dos EUA, só usou a plataforma estrategicamente.

“Nunca antes na história 50 designers tomaram decisões que teriam um impacto em dois bilhões de pessoas”

Tristan Harris, ex-especialista em ética de design do Google

Opinião

Obviamente, já ouvimos e lemos por aí sobre como estamos cada vez mais dependentes da tecnologia e como isso é prejudicial.

Mas é interessante ver pessoas responsáveis por criar e desenvolver essas redes expondo suas preocupações.

Assim como Bill Gates e Steve Jobs já disseram antes, esses profissionais também não permitem que os filhos tenham acesso aos aplicativos que eles ajudaram a criar.

Isso soou como um alerta! Eles próprios disseram que não tem nenhuma notificação de aplicativo ativa nos seus aparelhos.

Confesso que desativei algumas notificações depois disso.

Fiquei intrigada com uma das entrevistadas: Anna Lembke. Ela é especialista em vícios. Interessante que uma especialista em vícios trabalhe no desenvolvimento de redes sociais, né?!

Ela explicou como essa tecnologia nos manipula usando nossas necessidades de viver em sociedade.

Nem tudo está perdido…?

O documentário não é somente alarmista e nem nos diz para abandonar a tecnologia. Nesse ponto, já não seria possível.

Mas apresenta soluções: regulamentar essas empresas e a forma como lidam com nossos dados. Afinal, elas estão enriquecendo com a nossa atenção.

Mais uma dica: evite abrir as recomendações! Sabe quando você vê um vídeo e surgem recomendações de vídeos parecidos? Ou quando você segue uma pessoa e aparecem mais contas sugeridas para seguir?

Ao clicar nessas recomendações você está ensinando o algoritmo como viciar mais você. Está dando mais informações para que ele te mantenha online. E, assim, o vício continua.

O dilema das redes: paradoxo

Agora um pequeno paradoxo: “O dilema das redes” expõe a ameaça que estas empresas representam para a sociedade, mas, ironicamente, será uma recomendação desses algoritmos.

É muito provável que, ao abrir a Netflix, esse documentário apareça em destaque para você. O mesmo vai acontecer ao entrar no YouTube ou ao pesquisar qualquer coisa no Google.

Chegando ainda mais longe: faz sentido que seja a Netflix que se interesse em mostrar essa realidade. Uma das frases mais marcantes do documentário é: “se você não está pagando pelo produto, então você é o produto”.

E nós pagamos pela Netflix.

Enfim, isso foi só para mostrar que, como o documentário mostrou, as empresas não estão preocupadas com nosso bem-estar.

O que também me faz pensar como é apropriado o nome escolhido. “O dilema das redes” realmente traz um dilema.

Temos ao alcance de alguns toques uma ferramenta poderosa que nos fez avançar muito em pouco tempo, mas que está nos usando para enriquecer.

Além de manipular a política, promover fake news, criar e reunir extremistas e tornar nossas crianças ansiosas e depressivas.

Recomendo que assista para entender o que está por trás de cada clique e curtida nas redes. Afinal, informação é poder.

Amo essa cena de Game of Thrones!!

Aliás, me segue nas outras redes (haha)

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