Entrevista

Entrevista com a autora: M. S. C. Araujo

Hoje é dia de conhecer um pouco mais sobre uma autora parceira do blog! Trata-se da autora M. S. C. Araujo ❤️

Entrevista com M. S. C. Araujo

Reino de Papel – Para começar, você pode se apresentar para os leitores. Fale um pouquinho sobre você e seu trabalho.

M. S. C. Araujo – Olá, eu sou M. S. C. Araujo, mais conhecida como Manu, autora do livro as Crônicas do Mundo Novo. Sou graduada em Pedagogia, tenho 23 anos e moro em Paulista, uma cidadezinha na região metropolitana de Recife – PE.

RP – Como você se “descobriu” escritora? Houve um momento em que você percebeu que era isso que queria fazer?

M. S. C. Araujo  Eu sempre gostei de criar personagens desde que era criança, e talvez por isso eu tenha me atraído pelo jogo de RPG de mesa, onde criamos e interpretamos personagens dentro de uma narrativa que se constrói ao longo das sessões. Acho que até hoje não me descobri escritora de fato porque me vejo mais como uma contadora de histórias e “causos”, como se diz na minha terra. Mas se eu tivesse que assinalar um único momento, eu diria que foi o instante em que terminei o primeiro volume das Crônicas do Mundo Novo. Ali caiu a ficha e pensei “Caramba, ele está pronto, e eu que escrevi”

RP – Quanto entramos no perfil @ascronicasdomundonovo, vemos bastante a participação do Flávio. Você pode falar um pouco sobre a participação dele na produção e divulgação do livro? E da equipe por trás dessa história?

M. S. C. Araujo – O Flávio é… Ele é tudo ao mesmo tempo. Foi o primeiro que leu meu livro inteiro e com essa paixão por ficção cientifica que ele tem, começou a revisar tudo que eu escrevia, prestar consultoria, cuidar do marketing, incentivar meu trabalho. Mais para o final tivemos a sorte de contar com a edição um pouco mais profissional do Gabriel Reinehr, que é estudante de jornalismo, um ótimo escritor também, além de um grande amigo. E foi essa a minha equipe. Nós três contra o mundo. hahaha

RP – A história do seu livro se passa no futuro, você poderia nos dizer de onde veio a inspiração para essa trama?

M. S. C. Araujo – As Crônicas do Mundo Novo surgiram de uma mesa de RPG que eu participei durante dois anos com meus amigos, e quem nos guiava na sessão era o Gabriel Reinehr, que mais tarde fez a edição do livro. Uma situação comum de RPG, eu era a única menina, e criei uma personagem que era o “cérebro” do grupo, a Aiko Hiroshi. De repente, dois anos depois, a mesa acabou por um erro que matou todos os personagens e deixou aquele gosto amargo na boca de “poxa, eu queria mais”. Foi o que me motivou a escrever a história da Aiko, e o que está me motivando a escrever os próximos livros.

RP – Você tem algum ritual para o momento em que vai escrever? Pode falar um pouco sobre como é o seu processo criativo?

M. S. C. Araujo – Eu ando pela rua com um caderno de notas e uma caneta na bolsa e é comum que eu passe o dia, enquanto estou trabalhando no meu emprego regular, tomando notas de idéias que tive, cenas que consegui visualizar, novos personagens ou cenários. Quando chego em casa à noite, uso essas anotações como guia quando estou escrevendo no computador. Faço uma caneca de 500ml de café, sento na frente do teclado com meus fones de ouvidos e escrevo pelo menos 2 mil palavras por dia. A isso eu chamo de “rascunho”, porque faço a primeira revisão acrescentando ou tirando trechos, passo para o Flávio revisar, depois reviso mais uma vez… Isso acontece inúmeras vezes! A última revisão é a do Gabriel, que já tem um olhar mais clínico.

RP – Já temos o volume 1 e em breve teremos o volume 2 de “As crônicas do mundo novo”, após isso, quais são os planos? Teremos mais volumes ou você já pensa em uma história diferente? Pode deixar alguma novidade por aqui?

M. S. C. Araujo – Atualmente, eu, Flávio e Gabriel estamos com um projeto de co-autoria que provavelmente sairá antes do volume 2, uma surpresa que estamos preparando para os leitores. Fora isso… Eu visualizo As Crônicas do Mundo Novo como uma trilogia, então por enquanto o meu foco inteiro está nesse universo. Não descarto a possibilidade de escrever algo diferente, apenas… Quero terminar o que comecei.

RP – Lá em cima você nos falou sobre sua inspiração para esse livro em específico, mas eu gostaria de saber qual autor (ou autores) você admira ou tem como referência no geral, pode nos falar?

M. S. C. Araujo – Eu vou sair um pouco do padrão de Isaac Asimov, William Gibson, Philip K. Dick, Arthur C. Clarke, porque eles são referências na ficção científica e todo mundo no meio conhece eles. Eu li Sidney Sheldon durante toda minha pré-adolescência, difícil não gostar dos livros dele. O Stephen King, eu adoro o jeito como ele cria a atmosfera antes do terror. Eu sou muito fã da escatologia do Leonel Caldela, da ação do André Vianco e ao mesmo tempo, leio um pouco de literatura brasileira clássica, como José de Alencar e Manuel Bandeira. Adoro livros de romance como os da Nora Roberts (era a Julia Quinn da minha adolescência hahaha), da Jane Austen e gosto muito do Dan Brown também.

RP – É de conhecimento geral que no Brasil a situação literária e editorial é bastante complicada. Como uma autora que está lançando seu livro nesse  momento, qual você considera que seja a maior dificuldade do ramo literário no nosso país?

M. S. C. Araujo – Na maioria das vezes eu tento me manter longe de polêmicas, mas existe uma que eu gosto de opinar para levar à reflexão.

Na minha concepção, quem está sofrendo mais com a crise literária no Brasil são as editoras, sobretudo as editoras pequenas, por conta da concorrência da Amazon. Como uma editora pequena poderia competir com o poderio de uma multinacional que oferece livros a um preço menor?

Por outro lado, quando eu estava procurando uma editora para publicar As Crônicas do Mundo Novo, o menor preço que encontrei foi de 4 mil reais para uma tiragem de X livros (não lembro a quantidade exata). De onde eu iria tirar 4 mil reais?

Eu poderia sim fazer um financiamento coletivo e tudo mais… Mas havia uma ideia fixa na minha cabeça de que essa não podia ser a única solução, e de fato não era. A Amazon me ofereceu uma oportunidade que nenhuma editora mais tem condições de oferecer: publicar meu livro sem gastar nada e receber uma porcentagem das vendas.

Uma editora hoje em dia dificilmente investe dinheiro, tempo e trabalho num autor iniciante, algumas porque não podem de fato, outras porque não têm interesse. Um escritor apaixonado por seu trabalho, mas realista, está ciente de que ele não vai ficar rico vendendo livros, tudo que ele quer é continuar trabalhando e ganhar o suficiente pra conseguir pagar as contas no fim do mês.

Infelizmente, com escritores migrando para publicação na Amazon ou outros sites de publicação independente “gratuita” (o site tira sua porcentagem a cada livro vendido), com a Amazon oferecendo um bom serviço por preços mais acessíveis…

É apenas uma reflexão, para analisar o problema por diferentes pontos de vista: Editoras vs Amazon e como um autor fica nessa situação.


RP – Que recado ou conselho você deixaria para um escritor iniciante ou que ainda está apenas na fase de sonhar em escrever um livro?

M. S. C. Araujo – Acredite na sua história, mas saiba ouvir críticas construtivas. Às vezes você está deslumbrado com o que está escrevendo a ponto de não notar certos problemas na sua narrativa. Estude, se qualifique, e para um escritor isso vai além dos cursos de escrita criativa que existem na internet. Fuja desses cursos, muitos deles são só outro meio de “escritores” ganharem dinheiro em cima de pessoas que sonham em escrever. Ao invés disso, faça cursos de português e literatura, e acima de tudo, leia bastante, tudo o que você puder. Escreva aquilo que você gosta, escreva por amar escrever, porque se você pretende escrever por dinheiro, é melhor ser engenheiro ou arquiteto, e se busca por fama, talvez seja melhor criar um canal no YouTube.

RP – Alguma mensagem final para os leitores?

M. S. C. Araujo – Acho que nunca falei com os leitores sem ser pela voz da Aiko, haha. Pessoal, muito obrigada pela confiança no nosso trabalho, foram dois anos preparando o primeiro volume e eu acredito que posso falar pelo Flávio e pelo Gabriel quando digo que nós demos o nosso melhor para divertir, entreter e “incomodar”, deixá-los com a pulga atrás da orelha e aquela sensação de que sim, tem algo muito errado acontecendo. Agradeço demais a todo mundo que nos apoiou desde o início, aos primeiros seguidores e à galera que nos divulgou. Sou extremamente grata aos nossos parceiros e amigos.

Sobre a autora M. S. C. Araujo

A autora M. S. C. Araujo tem o livro As Crônicas do Mundo Novo publicado na Amazon.

E mais: está rolando sorteio do livro físico no instagram do nosso Reino de Papel, clica aqui para participar. O resultado será no dia 08 de agosto!

No momento, estou lendo o livro e em breve trarei resenha aqui!

Gostou da entrevista? A Manu e o Flávio são uns amores de pessoa e eu fico muito feliz em poder divulgar essa história que já estou amando ler!

Para ver mais entrevistas com autores aqui no blog, é só clicar aqui!

Beijos e até mais!

9 comentários

  • Fê Akemi

    Que entrevista bacana, eu não conhecia a autora e amei. Parabéns!
    É uma pena as dificuldades pelas quais passam os autores iniciantes para publicarem seus livros, como é uma pena também essa crise pela qual passam as editoras. Seria bom que tudo isso mudasse para melhor.
    bjs

  • Liv Resenhas Caóticas

    Achei muito interessante e realista ela falar que autores novos tem que se ater as críticas. Acho que isso vale não só para escrita, mas para tudo que a gente faz na vida, principalmente no meio artístico. Gostei das referências de RPG e ficcção científica, é meu gênero preferido. Então fiquei bem interessada no livro!
    Abraço
    Liv

  • Debora Sapphire

    Que bacana essa entrevista aqui no blog! Gostei bastante. Adorei poder conhecer um pouco mais sobre o trabalho da autora e a obra dela também! Fiquei maravilhada pelo proposta da autora e o novo mundo que ela criou. Já irei correr lá para o IG para participar do sorteio, com certeza.

  • Erika Monteiro

    Oi, tudo bem? Que entrevista mais interessante. Acho incrível ter oportunidade de estar mais próximo dos autores que admiramos e poder perguntar tudo aquilo que temos curiosidade. Gostaria muito de entrevistar vários autores, alguns até já morreram como a Aghata Christie. Sou fã de suspense e ficaria muito feliz em saber de onde ela tirava tantas histórias incríveis. Não conhecia esse autor mas gostei de saber um pouco sobre ele. Beijos, Érika =^.^=

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